Gigante do petróleo estatal quer contratar até 545,4 quilômetros de umbilicais para projetos fora do Brasil.

Dois provedores de serviços offshore estão prontos para dividir os despojos em uma enorme licitação da Petrobras para a contratação de centenas de quilômetros de umbilicais termoplásticos (TPU) e equipamentos associados para desenvolvimentos fora do Brasil.

Segundo fontes bem informadas do setor, a brasileira MFX saiu vitoriosa na licitação em que a Petrobras busca contratar até 545,4 quilômetros de TPUs, além de serviços de assistência técnica para fretes, bobinas, armazenamento, supervisão e montagem.

A estatal petrolífera dividiu a licitação em dois lotes e a MFX foi a menor licitante ao considerar o par de ofertas combinadas, com uma proposta conjunta de quase 1 bilhão de reais ($ 195,2 milhões) para os pacotes A e B.

Oceaneering e MFX em posição forte

Porém, ao considerar as propostas individuais de cada lote – critério utilizado pela Petrobras na competição -, a norte-americana Oceaneering também deve ficar com uma fatia do bolo.

Fontes disseram que a Oceaneering deve ganhar o Lote A, que prevê a contratação de até 300,5 quilômetros de umbilicais, com uma licitação de cerca de 500 milhões de reais.

A MFX apresentou a melhor oferta para o Lote B, abrangendo até 244,9 quilômetros por um preço de mais de 450 milhões de reais.

O único outro licitante na licitação, o jogador italiano Prysmian, não deve ser premiado, acrescentou uma fonte. TechnipFMC e Aker Solutions também foram convidadas, mas recusaram a oportunidade de fazer uma oferta.

“Foi uma decisão muito difícil. Todos os três contratados licitaram muito semelhantes e a diferença entre eles era quase inexistente ”, disse uma fonte à Upstream.

Ofertas de vários anos

A Petrobras está oferecendo contratos de quatro anos, cada um renovável por um ano adicional, com o compromisso de adquirir pelo menos 40% do volume total pedido.

Outros serviços como enroladores de tubos para armazenamento e instalação e montagem serão contratados por períodos de cinco anos.

As TPUs encomendadas pela Petrobras são para aplicação em profundidades de água entre 2.000 e 2.500 metros e capazes de suportar pressões de até 7.500 libras por polegada quadrada.

Os equipamentos contratados deverão ter vida útil de cerca de 30 anos, sendo a maioria das UTEs passíveis de utilização em campos do pós-sal, como Marlim e Parque das Baleias, na bacia de Campos.

Conteúdo local

Os requisitos de conteúdo local foram definidos em um mínimo de 55%. A MFX e a Oceaneering provavelmente usarão instalações próprias na Bahia e no Rio de Janeiro, respectivamente, para fabricar o grosso dos equipamentos, caso os contratos com a Petrobras sejam assinados.

A derrota é um novo golpe para a Prysmian após a decisão da Petrobras há pouco mais de um mês de abrir uma licitação para a contratação de até 27 quilômetros de umbilicais de tubos de aço (STU) para o desenvolvimento do pré-sal de Búzios-5.

A Prysmian derrotou a MFX e a Oceaneering nessa licitação, mas a oportunidade foi posteriormente revogada depois que a Petrobras não conseguiu chegar a um acordo comercial após as negociações.

Separadamente, a Petrobras relançou uma licitação para adquirir cinco conjuntos de terminação umbilical (UTA) e sistemas de controle eletro-hidráulico para o projeto Búzios-5, depois que as propostas originais foram consideradas muito altas.

A norueguesa Aker Solutions em setembro apresentou a menor oferta para os cinco UTAs, superando os rivais Schlumberger e TechnipFMC, mas a licitação foi cancelada após tentativas frustradas da Petrobras de chegar a um acordo com qualquer um dos três contratantes.

A nova licitação tem as mesmas características da licitação anterior, informou uma fonte, com entrega das ofertas comerciais agendada para 21 de dezembro. (Copyright)